quarta-feira, 11 de março de 2009

A novela da desobstrução da Serramar - AVS

Fotos: queda da barreira da Estrada Pio Francisco de Azevedo (trecho Lumiar-Casemiro de Abreu), 2º segmento da Estrada Serramar (RJ-142). Fonte: jornal A Voz da Serra.

Segue matéria da edição on-line de hoje, 11 de março, do jornal friburguense A Voz da Serra, sobre a desobstrução do 2º segmento da Estrada Serramar (RJ-142), a Estrada Pio Francisco de Azevedo (trecho Lumiar-Casemiro de Abreu):

Os friburguenses ainda terão que esperar pelo menos 30 dias para chegar mais rápido às praias de Rio das Ostras. A ligação de Nova Friburgo com o litoral fluminense pela rodovia RJ-142 (Nova Friburgo-Casimiro de Abreu), a Estrada Serramar, continua interrompida em ambas as pistas na altura do quilômetro 41, na localidade de Cascata, em Casimiro de Abreu, devido ao desmoronamento de uma enorme encosta no sábado de carnaval (21 de fevereiro) durante uma forte tempestade. A avalanche encobriu a rodovia com quatro mil toneladas de terra e lama, o equivalente a dez mil caminhões. A interdição da rodovia prejudica substancialmente o turismo e a economia na região. Equipes de 40 homens com duas escavadeiras, dez caminhões, um trator, duas retroescavadeiras e duas pás mecânicas do Departamento de Estradas de Rodagem do estado (DER-RJ) trabalham no local, mas o serviço de remoção da terra é bastante demorado. Algumas pedras que rolaram do alto de um maciço têm a dimensão maior que um carro e precisam ser quebradas com marteletes para poderem ser removidas. Por dia, consegue-se a retirada de 150 caminhões de terra. Até agora 30% do serviço de remoção do deslizamento já foi realizado. Quem se dirige de Nova Friburgo para Rio das Ostras tem como opção um desvio pelos municípios de Trajano de Moraes e Conceição de Macabu, com acesso pela RJ-146 (Bom Jardim-Visconde de Imbé) ou pela BR-101, via Cachoeiras de Macacu e Itaboraí, aumentando o tempo de viagem em mais uma hora e meia, em média.
De acordo com o presidente do DER-RJ, Henrique Ribeiro, a avaliação inicial do desmoronamento é preocupante e gera a necessidade de elaboração de um projeto amplo para contenção de encostas e reestruturação das pistas em toda a extensão da rodovia. Henrique Ribeiro informou ainda que a solução definitiva para os constantes deslizamentos na Estrada Serramar está nas mãos da Justiça. Na época das obras de pavimentação da RJ-142 estudos técnicos apontaram a necessidade de investimentos de R$ 4,5 milhões para contenção de encostas e de um desvio para impedir a grande circulação de veículos no centro do distrito de Lumiar. As obras, porém, não foram realizadas na época, ainda segundo o DER-RJ, por causa de um embargo do Ministério Público a pedido de entidades ambientais da região. A alegação da Justiça para impedir as obras em 2005 foi a falta de um relatório de impacto ambiental. Atualmente, Ribeiro acredita que para realizar a contenção das encostas seja preciso investir R$ 35 milhões no serviço devido ao aumento nos custos de materiais de construção. “Estamos tentando agora na Justiça uma autorização para realizar essas contenções”, sustentou o presidente do DER-RJ, advertindo que outros desmoronamentos poderão acontecer na Estrada Serramar devido à falta de obras de contenção de encostas.
Com o imenso deslizamento na altura de Cascata diversas comunidades permanecem isoladas na região. Moradores são obrigados a caminhar por trilhas dentro da floresta, para irem ao comércio, escola ou trabalho. A produção agrícola da região também está seriamente prejudicada com a impossibilidade de lavradores escoarem a produção por caminhões, que não conseguem chegar às suas propriedades. Muitos hortifrutigranjeiros estão estragando devido à dificuldade de transporte até os estabelecimentos comerciais.

Fonte: Jornal A Voz da Serra - edição on-line. Disponível em: http://www.avozdaserra.com.br/noticias.php?noticia=3796. Acesso em 11 de março de 2009.


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